Já vai em mais de 48 horas mais um protesto de uma classe conta o governo, desta por causa dos combustíveis. Pela meia-noite de ontem, vários piquetes procuraram vários pontos estratégicos (Messines, Condeixa-a-Nova, Batalha, Beja, Porto Alto, Loures, Alverca, Carregado e fronteira do Caia) para ai interceptarem colegas e sensibiliza-los para a luta.
Até aqui nada de estranho, visto os nossos vizinhos, Espanha e França, estarem neste momento paralisados por semelhantes protestos. Os camionistas tem uma tradição de associativismo de salientar, como foi o caso do mega-bozinão de 1994, onde eles foram a linha da frente do movimento contra as portagens no tempo de Cavaco como primeiro-ministro.
O que acho estranho é a ANTRAM (a maior associação de camionistas do país), numa recente reunião na Batalha, se ter dissociado do movimento, argumentado que ainda estava em negociações com o governo. Ou seja, boicotaram a unidade do movimento, porque ainda acham que não está na hora de dizer basta!
Talvez esteja na hora sim, de depor certos “carreiristas” que ocupam cargos sindicais, ao mesmo tempo que vestem “cores partidárias” do lado do inimigo. Afinal quem anda a atacar os direitos dos trabalhadores?
Caricato foi a manif da última semana, organizada pela CGTP contra a proposta de revisão do Código do Trabalho, ter reunido 200.000 pessoas que acabaram por gritar slogans “Abaixo o Governo!”. Nessa altura, alguns dirigentes da própria CGTP abandonaram a manif, ofendidos pelos gritos da multidão!!??
É um pouco como ser contra a corrupção e achar que o Pinto da Costa é um fervoroso adepto de fruta! Mas não vamos por ai.
O triste é que estas pessoas a quem chamamos “toupeiras” ou “fura-greves” existem nos meios sindicais, plantadas por interesses obscuros de poder, e afectam de sobremaneira a vitalidade e credibilidade do mesmo. Porque para atacar o povo, já bastam as constantes agressões no custo de vida. E estamos fartos de traidores!
Nota: Ontem infelizmente a discórdia entre camionistas já fez uma vítima em Torres Novas.
Fiquem unidos. Porque só vocês (camionistas) conseguirão falar na linguagem que eles entendem; ou seja, parando o país e indo-lhes onde doe, na carteira. Um bem haja!
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